HISTORIAL

PRIMEIRO PONTAPÉ NA BOLA

Constituída oficialmente em 01 de Agosto de 1978, a Associação Desportiva da Camacha tem na sua génese todo o passado desportivo da freguesia que a viu nascer. A simples inscrição em monumento edificado no centro da Camacha (Largo da Achada), é isso mesmo, simples em demasia, para perpetuar no tempo o acontecimento mais marcante do nosso passado desportivo, “Aqui se jogou futebol pela primeira vez em Portugal – 1875”.
O primeiro pontapé na bola “... já a nossa região assistia ao despertar da pratica desportiva moderna, com a introdução da primeira bola de futebol, a qual esse britânico – madeirense, “sportsman distinto, que foi Harry Hinton, trouxera de Inglaterra, onde estudava.
De facto foi nesses dias de 1875, após retornar à sua terra natal, que esse jovem nascido na Madeira, a 8 de Janeiro de 1857, teria, segundo as suas próprias palavras, em entrevista concedida a Mota de Vasconcelos nos anos 40 do nosso século, promovido com outros rapazes das suas relações, os primeiros encontros, de que há memória no nosso país, do “pontapé enganoso na bola”, os quais tiveram lugar no velho Campo da Achada da Camacha...” foi na verdade realizado na Camacha.

O LARGO DA ACHADA

Será este o primeiro facto digno de registo e que permitirá que a pequena freguesia da Camacha e mais precisamente o Largo da Achada, se torne um dos primeiros palcos desportivos da Madeira, e desde sempre da Camacha.
Sala de visitas e centro de grandes manifestações desportivas, desde o final do século XIX até meados de oitenta do século XX.
Em princípios do século XX, formar-se-iam o Operário, segundo relatos o primeiro clube a ser criado na Camacha, depois o Mocidade e o Esperança, que no Largo da Achada, haveriam de fazer as delícias de todos os que ali acorriam, onde a rivalidade era imensa.
Por ordem do Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, o campo foi desmantelado no princípio da década de 40 do Sec XX, surgindo em vez deste um amontoado de terras, e mais tarde uma zona de lazer.
A chama pela “Bola” nunca se apagou, apesar de na altura se considerar que esta actividade seria nociva para a juventude da época. No regime anterior ao 25 de Abril de 1974, havia a ideia de que o futebol ou o desporto em geral, desencaminhava os jovens, que em vez disso deveriam trabalhar, ou ocupar-se com outras actividades.
Era ainda assim neste local, mesmo depois de desmantelado que a malta mais jovem, aproveitava para dar largas à sua alegria, jogando futebol (às escondidas), insistindo em fazer deste o seu recinto predilecto.
Com o passar dos anos foram-se formando de diversas formas, várias equipas com jogadores nascidos na Camacha que disputariam jogos de carácter particular ou em torneios diversos, agora já sem o campo da Achada. As mais célebres foram as equipas que em representação da Casa do Povo da Camacha, disputariam as provas da antiga FNAT, chegando inclusive a representar a Região a nível nacional. Dinamizou-se também a Juventude Agrária Católica. Em meados do século XX viu nascer o Atlético Club Camacha, que disputaria vários jogos um pouco por todo o lado, onde pontificavam nomes bem conhecidos do meio Camachense que ainda hoje lembram com nostalgia esses tempos.
Entretanto é construído o ringue que ainda hoje existe, originando uma nova dinâmica ao Largo da Achada, com a introdução do hóquei sapatilhas, o Hoquei em Patins e o Futebol de Salão. Quantos clubes e quantas motivações se criaram nesta fase.
Prova evidente de que na Camacha muito se fez ainda antes da aparição da ADC, são os inúmeros clubes sediados cada qual no seu sítio; Os Leões da Achada, O Primevera da Ribeirinha, Os Águias da Achadinha, Os Unidos dos Casais de Além, o Angola do Rochão, a Académica do Pinheirinho etc.., Em meados dos anos setenta renasce a ideia do Atlético Club Camacha, com participação nos escalões mais jovens em vários torneios um pouco por todo o lado.
Mas ainda não seria desta que se assistiria ao nascimento de um clube federado com sede na Camacha.

O NASCIMENTO DA ASSOCIAÇÃO

Finalmente 1978, ano primeiro desta verdadeira odisseia desportiva, um grupo alargado de pessoas desde há muito identificadas com o futebol, a maior parte antigos atletas e dirigentes das equipas de futebol de 11, hoquei em sapatilhas, futebol se salão, etc. acharam chegada a hora de criar uma verdadeira Associação, que congregasse todo um passado desportivo, rico e diversificado, mas também com uma perspectiva futura que permitisse à Camacha participar regularmente nas provas da Associação de Futebol do Funchal.
São fundadores da Associação Desportiva da Camacha, e cujos números de sócio foram sorteados aleatoriamente, os digníssimos Camacheiros: José de Jesus Silva, Manuel Batista Teixeira Neves, Agostinho de Gouveia Rodrigues, João Fernandes, José Filipe Nóbrega da Mota, João de Freitas, Manuel de Ornelas, Rui Daniel Santos Sousa, António Joaquim de Sousa, José Artur de Sousa Vasconcelos, José Manuel Nóbrega Santos e Manuel Gonçalves Andrade. A estes se juntam muitos anónimos, aos quais a Associação ficará eternamente grata, que com muito sacrifício pessoal acreditaram e apostaram no clube de futuro e de sucesso que hoje somos.

DO REGIONAL AOS NACIONAIS

O início difícil, em que a falta de estruturas, nomeadamente de um campo para treinos e jogos, de uma sede social, ou de transporte próprio se fizeram sentir, não esmoreceu os que desde a primeira hora acreditaram ser desta que a Associação Desportiva da Camacha se iria cimentar no panorama desportivo da Madeira. Em boa hora o fizeram e os títulos conseguidos ajudaram a acreditar que sim.
Da primeira equipa de futebol da A.D.Camacha fizeram parte vários atletas nascidos na Camacha, mas que nessa data actuavam em diversos clubes. Uma entrada de rompante indiciava que o percurso seria sempre a subir, e em 4 de Fevereiro de 1979, seis meses após a sua constituição oficial a A.D.Camacha consegue o seu primeiro troféu, (Torneio de Preparação) depois da vitória sobre o Barreirense por duas bolas a zero.
Nesse mesmo ano sagrar-se-ia Campeão Regional da III Divisão 1978/79, e consequente subida à II Divisão Regional. Baixaria ainda por mais uma época à III Divisão e volta a ser Campeão desta divisão em 1983/1984.
Era o tempo das cestas de equipamentos, do seu transporte bem como dos jogadores, em carros particulares dos directores e dos colaboradores. A “sede” improvisada numa sala da Casa do Povo da Camacha. Os treinos decorriam no ringue da Achada, pequeno demais para tamanha ambição. Os jogos oficiais eram disputados em “casa emprestada” no São Fernando em Santa Cruz ou no Campo do 1º de Maio.
Esboçavam-se ainda os primeiros sinais na formação dos atletas, com a participação da equipa de Juvenis e Juniores nos Campeonatos Regionais, também neste sector as dificuldades eram semelhantes às dos Seniores; ou seja com fracas condições de trabalho.
Apesar das dificuldades, mediante as fracas condições de treino, transportes e certamente as dificuldades financeiras próprias da actividade desportiva, a ADC, dá nova alegria à sua massa associativa, conquistando na época 1984/85 o título de Campeão Regional da II Divisão, pelo que na época 1986/87, entra para o primeiro plano do Futebol Regional.
Neste mesmo ano de 1986, é inaugurado o “pelado” da Camacha, que muitas tardes de glória nos proporcionou, e mais do que tudo permitiu à Camacha possuir um campo devidamente apetrechado para a prática do futebol, após o desmantelamento do Campo da Achada na década de 40.
A partir daqui e até ao arrelvamento do campo principal também foi possível desenvolver outro tipo de trabalho nas camadas jovens, com melhores resultados e com todos os escalões em actividade.
De 1986/87 a 1988/89, tem participações regulares na I Divisão Regional, preparando devidamente o “ataque” a outros patamares do desporto Nacional. Cimentámos a nossa projecção ao conquistar 2 Taças da Madeira em 3 presenças consecutivas na final.
Em autêntica romaria, andavam os “Camacheiros” nestes tempos, a massa associativa, entusiasta e crente de que estes eram passos certeiros no crescimento do clube, espalhou pelos diversos campos da Região a sua enorme vontade de ganhar. Ganhou principalmente o respeito e a admiração de todos, por em tão pouco tempo ter sabido tornear os obstáculos e tornar-se num dos principais clubes da Madeira.
Com um novo ímpeto e com uma direcção empreendedora, o sonho era o de chegar à III Divisão Nacional, que poderia ter acontecido ainda na época 1989/90, porém o 2º lugar constituiu um pronuncio de que a hora estava a chegar, e chegou na época seguinte, o título de Campeão Regional da I Divisão, era o fechar do ciclo regional em que a Camacha em apenas 12 anos conseguia o seu feito máximo, a participação a partir da época 1991/92 nos Campeonatos Nacionais de futebol.
Significativo ainda o facto de ter sido o primeiro clube de uma “pequena freguesia” a ascender à III Divisão Nacional, e sem os recursos que os clubes das Sedes de Conselho podem aspirar, para mais numa freguesia com um tecido empresarial restrito.
Foi uma escalada de sucesso, com muito empenho, sacrifício e sempre com uma enorme vontade de fazer mais e melhor, consolidando o estatuto de clube vencedor e principalmente de clube cumpridor das suas obrigações para com todos os agentes do desporto.

1ª EQUIPA DA MADEIRA NA II DIVISÃO “B”

Uma vez na III Divisão Nacional a preocupação seria a manutenção nos nacionais, mas logo na época 1992/93 o 2º lugar na série E da III Divisão, proporciona à A.D.Camacha mais um facto inédito no desporto Regional, ou seja, após os três clubes do Funchal (Marítimo, Nacional e União), será a Camacha o primeiro clube a atingir a II Divisão B. E nem mesmo a descida na época seguinte à III Divisão esmoreceu as nossas ambições, pelo que na época 1994/95, o 2º lugar na série E, significou novamente a subida à II Divisão B.
A partir da época 1995/96 a ADC, com maior ou menor dificuldade tem conseguido prestações regulares na II Divisão B, a merecer destaque especial a conquista de mais duas Taças da Madeira em 2000/2001 e 2003/2004, e a última em 2010/2011 passando assim a ser o 4º clube com maior número de vitórias nesta prova (4).
A Associação Desportiva da Camacha tem lutado dentro e fora de campo para manter o estatuto que com muito sacrifício conseguiu atingir, o nosso clube tem demonstrado saber gerir os apoios oficiais de forma séria e sem comprometer a sua imagem.
Não obstante esses apoios a Associação Desportiva da Camacha tem tido a felicidade de escolher pessoas muito capazes, nomeadamente os seus presidentes, e se ao Snr. Fernando Nóbrega lhe prestamos reconhecimento por ter conseguido colocar a Camacha no panorama desportivo nacional, ao seu sucessor, Snr. Aurélio Antunes há que dar o mérito de ter consolidado a equipa sénior na II Divisão B, bem como o de ter tido a coragem de apostar deliberadamente nas infra-estruturas do clube.
O então Presidente da Direcção Dr Celso Almeida e Silva, figura intimamente ligada à Freguesia, tem feito um árduo trabalho de adaptação e consolidação do projecto desportivo, apostando na dinamização e valorização das instalações e infra-estruturas do clube, criando novas valências, também para os sócios, abrindo o clube e enriquecendo aquele que é considerado um dos melhores complexos desportivos da Região.

INFRA-ESTRUTURAS DESPORTIVAS

Das várias obras edificadas no nosso complexo, destaca-se: » Campo Principal de relva Natural » Bancadas do Campo Principal 105m x 68m, capacidade 3000 pessoas, inaugurado a 06/09/2004; » Ginásio com sala de musculação, aulas de grupo, Banho Turco e Sauna; » Sala de Aula e Estudo, com mediateca e biblioteca; » Campo Sintético 90m x 45m, inaugurado em 12/09/1999; » Campo secundário de relva natural 100m x 62m; » Sede Social (inaugurada em 01/08/2001). » Apartamento T3, com sala de estar e WC; » Bar equipado com cozinha e capaz de servir refeições; » Estacionamento descoberto;

FUTEBOL JOVEM 

Garantia de Futuro É um dos melhores exemplos para ilustrar o que tem sido o percurso do clube no seu todo, cada vez melhor no aspecto qualitativo e logístico, a A.D.Camacha pode orgulhar-se de ter hoje por hoje uma das mais bem apetrechadas escolas de formação da Região. Foram-se os tempos das deslocações para fora da Camacha para treinos ou jogos; foram-se os tempos do alcatrão e do improviso.
Mas ainda antes do campo sintético já dávamos mostras do nosso potencial, pois na época 1997/98, a nossa equipa de Iniciados conquista a Taça da Madeira , tendo a equipa de Juniores ainda nessa época, sido finalista da mesma prova. Já na época 2000/2001, a equipa de Juniores para além de ter sido Campeã da II Divisão, vence também a Taça da Madeira. Todavia a acção primordial a desenvolver será sempre a formação dos nossos jovens, pelo que os títulos virão por acréscimo e como resultado de todo um trabalho conjunto de pessoas que dedicam diariamente grande parte de si próprias à Associação Desportiva da Camacha.

OUTRAS MODALIDADES NA A.D.CAMACHA

Consta dos estatutos do clube desde a sua constituição, a possibilidade de podermos desenvolver outras modalidades desportivas por forma a proporcionar à população jovem, alternativas para além do futebol.
A primeira modalidade que o clube desenvolveu para além do futebol foi o Hóquei em Patins, ainda no Largo da Achada, em princípios da década de oitenta, lá se movimentavam várias dezenas de jovens hoquistas. Sendo uma modalidade já com tradições na Camacha o hóquei passou por diversas vicissitudes, nunca se conseguindo impor no panorama regional, padecendo das dificuldades financeiras que o próprio clube vivia, acabou por encerrar a actividade na época 98/99, prosseguindo somente com a Patinagem Artística e as Corridas em Patins, modalidade em que alcançou Títulos Regionais e briosas participações em diversos Campeonatos Nacionais.
Mas outras modalidades têm feito parte do clube, nomeadamente após a construção do Pavilhão da Camacha em Junho de 1992, a partir daqui foi possível desenvolver outras modalidades como sejam, o Badminton, Andebol, Voleibol, Basquetebol, Pesca Desportiva, Ténis de Mesa e Atletismo. De entre todas, o Badminton foi a que mais se destacou, a partir da época 1993/94, com excelentes resultados a nível Nacional e Regional. Foi a primeira modalidade do clube a ter campeões Nacionais, Hugo Correia, Sara Gonçalves, Ana Moura, Paulo Freitas, são exemplos do bom trabalho realizado. Também do Badminton veio a primeira internacionalização de um atleta da A.D.Camacha com a participação do atleta Paulo Freitas em 1999 no Campeonato da Europa de Sub-17 em Equipas.

Presentemente a A.D.Camacha ciente de que não teria condições para desenvolver várias modalidades em simultâneo, aposta no Andebol como alternativa ao futebol, e com excelentes resultados, com destaque par o Título de Campeão Regional em 2006/07 e várias Taças da Madeira e Torneios vencidos, inclusive de nível Nacional. De realce, ainda, a atleta Isabel Góis, presentemente titular da baliza da Seleção Nacional Sénior, que fez todo o seu percurso de formação na A.D.Camacha, com diversas internacionalizações e conquistas individuais de nível Internacional!
Para além do Andebol conta também com uma secção de Bilhar.

A Associação Desportiva presta um serviço à população da Camacha ao fomentar estas actividades, de onde, além dos resultados, importa o trabalho de formação pessoal dos nossos jovens.

Para além destas modalidades a Associação Desportiva da Camacha organiza outros eventos sociais e desportivos que têm constituído ao longo dos anos a prova da capacidade dos seus dirigentes, directores e colaboradores, destacando-se a organização do Rali da Camacha, prova de indiscutível qualidade, que ano após ano foi um importante cartaz de promoção da Vila da Camacha.

FUNÇÃO SOCIAL

É indiscutível a importância da Associação Desportiva da Camacha no meio em que está inserida. A modernização do clube, que se tem verificado nos últimos anos, possibilita outras actividades para além da prática desportiva, e não será por acaso que diariamente a nossa frota automóvel percorre as estradas da Camacha, transportando alunos das escolas Primárias e Secundária, num papel decisivo para os alunos das zonas mais distantes e de difícil acesso automóvel.
Colabora no transporte dos vários grupos culturais sediados na Camacha e outros de visita à Região bem como o intercâmbio com outras colectividades do continente.
O fomento da actividade desportiva constitui por si só, a possibilidade da nossa juventude assegurar no seu dia a dia actividades salutares, evitando-se assim que os mesmos se sintam tentados para caminhos nocivos à sua normal inserção na sociedade.
Os cerca de 500 atletas que movimentamos regularmente nas diversas modalidades são prova de vivacidade e empenho, por forma a realizar de forma digna o papel que a Associação preconizou na sua fundação em 1978. Todas as infra-estruturas e potencial humano que possuímos só poderão significar que nos orgulhamos do nosso passado, e que trilhamos o caminho certo.
Importante e saudável também o Núcleo de Veteranos do nosso clube, são já em bom número os antigos atletas, dirigentes e colaboradores que confraternizam regularmente, participam em diversos torneios e essencialmente constituem um “património” que o clube não dispensa, são excelentes colaboradores e embaixadores da ADC. Contamos com eles para provar a todos que a prática desportiva deixa marcas positivas para sempre nas nossas vidas.

 
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